Psicóloga - Carina Pirró Alves Guimarães
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Sobre o Ciúmes...
Fragmentos das reflexões com minha paciente
"...e então ela me perguntou qual a técnica que eu poderia ensinar para diminuir o desespero que sente ao pensar que pode perder o homem que ama. E eu respondi que se a gente não consegue lidar com o risco da perda, a melhor técnica é não se relacionar. Viver é, necessariamente, assumir riscos."
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Uma das tarefas comuns dos psicólogos cognitivo-comportamentais é solicitar que o paciente realize alguma tarefa. Numa das primeiras sessões de um jovem de 28 anos, encaminhado pelo psiquiatra com diagnóstico de hiperatividade, solicitei que o paciente trouxesse na consulta seguinte algo que representasse a forma como ele se via. Isso porque eu percebia que o diagnóstico dado pelo psiquiatra não contemplava as queixas e características do paciente. Como vocês podem ver, a tarefa foi feita com muito zelo, rico em detalhes. Digno de quem estava realmente engajado em sua execução. E, desde então eu sabia que aquele não era um caso de hipertatividade. Pelo menos não como diagnóstico primário.
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Primeira sessão.
Paciente triste pelo fim de um relacionamento que durou 6 meses. Nos últimos 3 o namorado não a procurava nem para beijar. Achava estranho. Chegou a pensar se estava deprimido.
Seu comportamento neste tempo solteira é de checar nas redes sociais se o ex-namorado está saindo com alguém. Como não consegue todas as informações, completa a outra parte desconhecida com suas fantasias.
Sua parte racional diz que voltar com ele seria voltar com os problemas. A outra parte parece ignorar todo o passado.
Terceira sessão
Observo que a paciente repete muitas vezes a frase: - o que será que fiz de errado?
Como as palavras trazem história, peço para contar a última vez que sentiu que fez algo de errado. Relatou um episódio em que, ao receber um presente de gratificação por seu trabalho bem feito, perguntou-se se aquilo não seria uma gozação!
Na busca sobre o sentimento de sentir-se insultada, deparamo-nos com a fase do ginásio.
- Naquele época eu não achava que estava errada. Eu era errada.
Caimos em um momento de sua vida em que lembra, com nitidez e lágrimas nos olhos, o dia que um menino lhe disse: - Nossa, como você é feia. Tira os óculos! Nossa você continua feia.
Quinze anos depois a paciente, uma mulher linda, chora em meu consultório. Ainda lida com a dor da feiura que talvez nunca tivesse existido, não fosse uma outra pessoa apontar aquilo que dizia respeito somente à sua opinião.
A Psicologia é assim. Cada paciente um quebra-cabeça de muitas peças. Você vai separando aquelas mais evidentes. E vai curtindo cada peça encaixada. Não tenha dúvidas que esse episódio do ginásio vai encaixar com a primeira sessão!
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Contribuição de Nietzsche para a Psicologia : A Crítica da Subjetividade
Esse curso foi idealizado para meus alunos e amigos que, assim como eu, gostam de ter aulas com grandes professores. Luciana Zaterka é Filósofa, com mestrado em Nietzsche pela USP, Doutorado pela USP e Pós-Doutorado em História da Ciências pela PUC SP. Recentemente contratada pela Universidade Federal do ABC como professora de Filosofia Moderna.
Vale a pena conferir.
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